sombras chinesas

Planeei a semana toda sair este sábado num dos meus passeios fotográficos. Não fui, adiei para domingo. Que acordou pachorrento e passou o tempo sentado no sofá.

Desconfio que vou passar a semana a pôr on-line fotografias mais antigas ou da série B.
Começo por esta, da passada sexta-feira, da empena do Teatro do Campo Alegre. Notem que o céu estava azul-e-branco.

Por fim, e porque reflete o meu estado de espírito deste fim-de-semana, deixo cair aqui Fernando Pessoa. Até porque é copy-paste, e não dá muito trabalho.

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!

Ler é maçada,
Estudar é nada.
O Sol doira
Sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.

E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...