26.2.06

farol da boa nova



Na praia lá da Boa Nova, um dia,

Edifiquei (foi esse o grande mal)

Alto castelo, o que é a fantasia,

Todo de lápis-lazúli e coral!


Naquelas redondezas não havia

Quem se gabasse dum domínio igual:

Oh, castelo tão alto! Parecia

O território de um senhor feudal!

Um dia (não sei quando, nem sei donde)

Um vento seco do deserto e spleen

Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,

O meu condado, o meu condado sim!

Porque eu já fui um poderoso conde,

Naquela idade em que se é conde assim...


António Nobre, Porto 1887

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que conseqüências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar ...
Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...

Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...

Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.
Faróis distantes ...


Álvaro de Campos

26/2/06 10:12 da manhã  
Blogger Sinapse said...

Bonitos trechos no post e nos comentários.
Bom dia!

26/2/06 12:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Está linda esta foto! Só não transcrevo um poema usado num outro comentário, a uma outra foto, de um outro farol, para não me tornar imitativa e repetitiva. Mas lembrei-me imediatamente dele.

26/2/06 3:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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