farol da boa nova
Na praia lá da Boa Nova, um dia,
Edifiquei (foi esse o grande mal)
Alto castelo, o que é a fantasia,
Todo de lápis-lazúli e coral!
Naquelas redondezas não havia
Quem se gabasse dum domínio igual:
Oh, castelo tão alto! Parecia
O território de um senhor feudal!
Um dia (não sei quando, nem sei donde)
Um vento seco do deserto e spleen
Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,
O meu condado, o meu condado sim!
Porque eu já fui um poderoso conde,
Naquela idade em que se é conde assim...
António Nobre, Porto 1887
4 Comments:
Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que conseqüências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar ...
Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...
Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...
Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.
Faróis distantes ...
Álvaro de Campos
Bonitos trechos no post e nos comentários.
Bom dia!
Está linda esta foto! Só não transcrevo um poema usado num outro comentário, a uma outra foto, de um outro farol, para não me tornar imitativa e repetitiva. Mas lembrei-me imediatamente dele.
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